"As ilhas são diferentes. E quanto mais pequena for a ilha, mais isto é verdadeiro. Reparem no Porto. Lugar não-ilha, que começa no mar mas se estende para terra infinitamente: um Porto cheio de muito para dar: as cartadas no morro, as francesinhas, as tripas e o vinho fino, as jóias de S. Francisco e a maior árvore de Natal da Europa, a Ribeira e a Cordoaria, a calçada da Foz, esplanadas solarengas nos Aliados, o Veloso e o Abrunhosa, as indolentes tardes de domingo. Tantas contradições ¾ e todas elas marchando juntas como costumes embriagados que ainda não perceberam que a sua falta de sentido não está se não na primeira vista.
Mas as ilhas são pioneiros, grupos dissidentes, descontentes, peixes fora de água, isolacionistas naturais. São..., diferentes.
Esta ilha, por exemplo. Percorre-se num relativo instante de uma ponta à outra. Mas uma pessoa que caminhasse por cima da água ficaria com as palmas enrugadas do tempo que passaria contemplando estas encostas. A ilha de S. Miguel, uma das várias apanhadas como caranguejos nos baixios ao largo da linha costeira de Portugal, espreita esbracejando em dia enevoado, e ergue-se qual vulcão por entre o Atlântico num dia em que o sol brilhe. S. Miguel não tem Oxford; mas tem as lagoas e as furnas, e as praias de areia negra. S. Miguel não tem as tripas e o vinho, mas oferece o bom queijo e o licor de maracujá. Não tem o Veloso nem o Abrunhosa mas tem as Tunas dos Açores. S. Miguel não tem as jóias de S. Francisco, mas tem as jóias da terra, as encostas e os verdes e as águas espelhadas que nos enchem a vista e que os postais não conseguem descrever. E tem as jóias das gentes de pronúncia engraçada, que tão bem nos têm recebido.
São essas as jóias que nos enchem os olhos de fascínios, o corpo de sensações e o espírito de riquezas, e que a tuna irá guardará no Porto no baú das vivências mais intensas.
É para Atituna uma honra ser S. Miguel o palco da sua primeira digressão, e é daqui, deste palco da UAC, que oferecemos a nossa actuação a esta ilha e às suas riquezas, mas sobretudo aos desta ilha: às jóias das gentes."
Mas as ilhas são pioneiros, grupos dissidentes, descontentes, peixes fora de água, isolacionistas naturais. São..., diferentes.
Esta ilha, por exemplo. Percorre-se num relativo instante de uma ponta à outra. Mas uma pessoa que caminhasse por cima da água ficaria com as palmas enrugadas do tempo que passaria contemplando estas encostas. A ilha de S. Miguel, uma das várias apanhadas como caranguejos nos baixios ao largo da linha costeira de Portugal, espreita esbracejando em dia enevoado, e ergue-se qual vulcão por entre o Atlântico num dia em que o sol brilhe. S. Miguel não tem Oxford; mas tem as lagoas e as furnas, e as praias de areia negra. S. Miguel não tem as tripas e o vinho, mas oferece o bom queijo e o licor de maracujá. Não tem o Veloso nem o Abrunhosa mas tem as Tunas dos Açores. S. Miguel não tem as jóias de S. Francisco, mas tem as jóias da terra, as encostas e os verdes e as águas espelhadas que nos enchem a vista e que os postais não conseguem descrever. E tem as jóias das gentes de pronúncia engraçada, que tão bem nos têm recebido.
São essas as jóias que nos enchem os olhos de fascínios, o corpo de sensações e o espírito de riquezas, e que a tuna irá guardará no Porto no baú das vivências mais intensas.
É para Atituna uma honra ser S. Miguel o palco da sua primeira digressão, e é daqui, deste palco da UAC, que oferecemos a nossa actuação a esta ilha e às suas riquezas, mas sobretudo aos desta ilha: às jóias das gentes."